27 de maio de 2010

Noites Desiguais - Geise Cruz

Está uma bela noite,
Uma noite sem luar,
Sem teu cheiro, teu sorriso,
Sem alguém pra me abraçar

As folhas não balançam
As pessoas são alheias
Tudo tão normal e
Desigual ao mesmo tempo

Algumas estrelas no céu
Insistem em manter o brilho
E eu insisto em manter
Esse amor aqui, vivo !

Olho tudo e nada vejo
Nada que possa me ajudar
A esquecer de ti 
E das noites ao luar

Das noites sublimes que passei a teu lado
Do carinho, aconchego, dos seus risos abafados
E é nessas horas que me pego a pensar em ti
Em tudo que vivemos, o que passei, o que senti

E percebo que nada mudou
Nem quem tu és,
Tão pouco quem sou,
Nada mudou entre você e eu...

16 de maio de 2010

CAMPUS IV PROMOVE SEMINÁRIO SOBRE FILOSOFIA E CINEMA


O SEMINÁRIO FLOSOFIA E CINEMA ocorrerá entre os dias 18 e 20 de maio no auditório de Departamento de Ciências Humanas do Campus IV(Jacobina) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e tem como objetivo principal construir uma reflexão filosófica sobre temas da Modernidade a partir da crítica de filmes de arte e documentários. Faz parte do projeto de seminário além da exibição de filmes, da realização de palestras e sessões de comunicação o debate sobre a instalação até dezembro de 2010 da videoteca do DCH.

Serão debatidas questões relativas à identidade cultural, aos direitos humanos, a educação, ao pensamento, a sexualidade e a linguagem. As atividades estão distribuídas nas sessões: Bahia─ o mar invade o sertão; Diálogos sobre a Modernidade; Filosofia e Cinema; Cinema Surrealista; Cinema e Direitos Humanos.

No que se refere às sessões de cinema serão apresentados os filmes: Entre os muros da escola de Laurent Cantet, Fale com ela de Pedro Almodóvar; O ovo da serpente de Igma Bergman; Adeus Lenin de Wolf Becker, o documentário Batatinha: samba e poesia de Marcelo Rabelo; o documentário Bimba: capoeira iluminada de Luiz Fernando Goulart; As invasões bárbaras de Denys Arcand; O anjo exterminador, Um cão andaluz e A idade do Ouro de Luiz Buñuel; O sonho de Inasin: um resgate histórico de Eliézer Rolin; O ano em que meus pais saíram de férias de Hamburger.
O evento é coordenado por Julice Oliveira, professora de filosofia do DCH e é uma realização dos Colegiados de História, Direito, Educação Física, Língua Inglesa e Geografia do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus IV da Universidade do Estado da Bahia e conta com o apoio da Direção do DCH, do Núcleo de Pesquisa e Extensão (NUPE) e do Núcleo de Estudos sobre Oralidade, Memória e Iconografia.

Encontra-se em anexo a programação do referido evento cuja inscrição é gratuita e será realizada no Núcleo de Estudos em Oralidade, Memória e Iconografia do DCH (Campus IV) no dia 13 de maio, das 8h-12h e das 14h-22h e dia 17 de maio das 8:00 às 11:30. Informações: (074) 36213337 (ramais 28, 29 e 17) ou juliceods@yahoo.com.br.


Maiores informações acesse: http://seminariofilosofiaecinema.blogspot.com/ 

14 de maio de 2010

EU - MARIA DE QUEIROZ

Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo.
Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho.
E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos,  com mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou.

8 de maio de 2010

TANTA SAUDADE - NUMISMATA

Daqui do ponto onde pairo no espaço
eu só consigo ver a imensidão azul 
e vasta como é vasto o infinito
é a minha solidão 

Universos definham e galáxias se engalfinham
e a minha permanência é tão insignificante 
aqui no berço onde as estrelas morrem
o meu coração se apagou

Não vou mais me curvar ante a vastidão do mundo 
não vou mais aceitar o beijo vil da morte
não vou mais gravitar ao redor do meu umbigo
não vou mas aviltar a minha própria sorte 

Se o silêncio é o que vem em meu auxílio
a minha poesia não tem mais serventia 
longe de você, tudo é um longo exílio 
e só mesmo a ausência de gravidade 
é o que me faz suportar o
peso de tanta saudade.
 
Letra & Música: Numismata